terça-feira, 25 de janeiro de 2011

muito, meu amor 2.

estou deitada, de olhos fechados
sinto a relva por debaixo de mim
a humidade da terra
e o peso do mundo
abro os olhos
e só existe céu
onde passeiam nuvens à deriva
e pergunto-me: onde estou?
as horas passam e pesam em mim
no meu coração já não há lugar para os minutos
nem lugar para ti
não tens culpa de ainda te procurar em mim
de me ferirem palavras vãs
de ouvir o teu nome e não saber de onde vem
faz-me falta um abraço
um poço onde secar estas lágrimas que não caem
onde te procuro mas só me encontro a mim
por mais pequeno que seja o mundo
por maiores que sejam as janelas
encontramo-nos no meio
entre lembranças
sentimentos esquecidos, apagados, cansados
encontramo-nos entre expectativas e decepções
entre um amor que partiu e outro que não volta
e deixamo-lo morrer... até ao fim sem o merecer

2 comentários:

Norma Jean Baker disse...

Não te sabia tão talentosa para a escrita, jovem... Gosto :)

Pinha disse...

a sério? gostas mesmo? :)