domingo, 30 de janeiro de 2011

28

os dias passam e sem que consigas perceber
passam semanas, meses, anos
os minutos alternam-se entre sorrisos e lágrimas
entre um "odeio-te"
e um "quero-te aqui"
ainda que permaneças no teu castelo
os muros não prendem o teu aroma
o teu riso prolonga-se no ar
e o teu toque é trazido pelo vento
arrepia-me a pele e aquece-me
como se estivesses sempre junto a mim
como se nunca tivesses partido
como se o meu coração nunca tivesse sido partido
mas não passa de um sonho
ainda são precisos percorrer quilómetros
atravessar o mar
perceber as pontes
e adivinhar-te a ti
acima de tudo magoar-me a mim
e pelo caminho vou negligenciando
outros desejos
desprezando necessidades de afecto
afastando-me do calor humano
de uma boca que não é a tua
de uns lábios que não são os teus
de um toque áspero
que as minhas mãos repelem
porque não me relembram o teu jeito suave
porque não me envolvem como tu o fazias
por não seres tu...

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