sexta-feira, 20 de maio de 2011

amigos, amantes ou nada!

num mundo que desenhei só nosso
todos os outros são um obstáculo
uma encruzilhada que te obriga a escolher
a felicidade
que nunca vai ser a nossa
partilhamos tudo o resto
e fica pelo caminho um sentimento
grande demais
para caber dentro de mim
choro
não porque não te vou ter
mas porque sonhei que te tive
porque me entreguei a um sentir cego
que agora contigo ausente
me corrói por dentro como ácido
arde como gelo
me corta a pele
e me deixa em sangue
com a força de mil navalhas
a noite acolhe-me
e a ela confesso todos os meus pensamentos
até os que nunca partilhei contigo
ela apazigua-me
e vem silenciosa
como uma bala que me atinge
deixa-me dormente
e por momentos
sou quase feliz na ignorância de não saber o que sinto
até que amanhece outra vez
e volto a acordar a pensar em ti
e dou voltas desnecessárias dentro da jaula
onde me sinto presa ao que sinto por ti...

quinta-feira, 12 de maio de 2011

sonhos...

hoje voltei a sonhar contigo

mas foi diferente

melancólico até

a premonição de que talvez não o volte a fazer

fui até tua casa

embora não saiba onde fica

entrei pela porta da qual não tinha chave

e fui direita ao teu quarto

não me apercebi, mas tinha a certeza de que era teu

pelo caminho imaginei-te a percorrer outras divisões

abri a porta devagar, sem fazer barulho

e lá estavas tu, deitada

acordada mas quieta como se dormisses

olhaste para mim várias vezes

mas não me viste

eu toquei-te mas não me sentiste

lágrimas caíram-me pelo rosto

e secaram na roupa da tua cama

onde me sentei

voltei a olhar para ti

e deixei-te assim como te encontrei

despedi-me de ti

e acordei enrolada em memórias, palavras

e uma tristeza tão grande

que faz doer tanto como a tua ausência!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

waiting for forever...

hoje parece que me reencontrei com pessoas que já parecia ter esquecido
vi reflectido o meu olhar no delas
e senti
partilhei o sentimento de que o mundo talvez estivesse prestes a enlouquecer
ou então era apenas eu
ou nós
imaginei a possibilidade de nunca mais te ver
e perdi-me na impossibilidade de te ter
entre palavras
promessas que não poderão ser cumpridas
entre os sons de um piano que se ouve ao longe
e corações esculpidos em árvores
risquei o talvez
e mergulhei num mar de certezas
paradisíaco demais para acreditar que ele existe
chamem-me os nomes que quiserem
chamem-me louca
mas sei que o meu destino passa por caminhar na tua direcção
qualquer passo em falso
qualquer passo que me afaste de ti
é a negação de quem sou
e a morte de mais um pedaço de mim
só mais um engano, no meio de tantos que já cometi!