segunda-feira, 28 de março de 2011

contrariedades

canso-me de dar voltas
pelos mesmos sítios
onde já passei vezes sem conta
assustam-me as pessoas
que nunca são as mesmas
só a lua
me aguarda pacientemente
só as estrelas
me acompanham
nesta viagem sem rumo
ou destino definido
paro várias vezes pelo caminho
para escrever
cansada de sentir
magoam-me os pés
e dói-me o coração
queimo-me mais uma vez no alcatrão
onde ando sozinha
sinto o vento
que só à noite pertence
invadir-me
e arrepiar a pele de que me visto
faço-lhe juras de um ódio eterno
quebradas pela memória
de uma vida sem ti
prometo não voltar a sentir
não dar de mim
a quem não me quer receber
e engano-me, mais uma vez
invadem-me sentimentos
demasiado vincados
e a consciência
de uma racionalidade inexistente
quero soltar as amarras
que me prendem a um cais
que não é o meu
quero liberdade
para não depender de ninguém
respirar...
mas sou tua!

Sem comentários: